O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de mandados de busca e apreensão expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e cumpridos pela Polícia Federal (PF) na manhã desta sexta-feira (13). A operação investiga se Cid tentou obter um aporte para deixar o Brasil. Celulares foram apreendidos e ele deve prestar depoimento ainda hoje, às 11h.
Na mesma ação, a PF prendeu em Recife (PE) o ex-ministro do Turismo Gilson Machado, também integrante do governo Bolsonaro. Ele é investigado por supostamente ter atuado para que Cid conseguisse um aporte português, o que facilitaria sua saída do país e poderia atrapalhar as investigações da Justiça brasileira.
Pedido de investigação
A operação foi autorizada após um pedido conjunto da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR), feito na terça-feira (10), que solicitava ao STF a abertura de inquérito contra Gilson Machado. No documento, a PGR também se manifestou favorável à adoção de medidas cautelares, como buscas domiciliares, apreensão de materiais e quebra de sigilos de dados telefônicos e telemáticos do ex-ministro.
A Procuradoria requisitou o o a informações do período de 1º de janeiro a 5 de junho de 2025. De acordo com a PF, há indícios de que Machado teria atuado junto ao Consulado de Portugal no Recife, em 12 de maio, para tentar emitir um aporte português em nome de Mauro Cid, com o objetivo de viabilizar sua saída do território nacional.
Contexto das investigações
Mauro Cid é réu, ao lado de Bolsonaro e outros 29 investigados, no inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, em que Lula foi eleito presidente. Segundo a PGR, o grupo teria atuado para manter Bolsonaro no poder de forma ilegal, mesmo após a derrota nas urnas.
A nova ofensiva da PF busca esclarecer o envolvimento de aliados do ex-presidente em estratégias para atrapalhar as investigações em curso sobre os atos antidemocráticos.
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